Asas Curtas


Meus pecados confesso aos pássaros
Não recebo penitência de oração
Os pequeninos seres alados
Punem com uma canção
Não é canção de alento
Tão pouco de acusação
O canto é de tristeza
Por me verem tão enraizada ao chão
 
Contudo apesar do medo
Às vezes tento voar
Contudo apesar da tentativa
Descubro-me mais propensa a rastejar
 
Meu vôo ainda é rasteiro
Pouso em mantinhos que falam com insetos em tailandês
Fico feliz em não entender
Tornar-me simples é tão complexo
Preciso persistências para ser.
Karina Viega
Published in: on 10 de dezembro de 2010 at 9:09 AM  Comments (1)  

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  1. Já como dizia Manuel Bandeira, o passarinho nasce livre, quebram-lhe a asa. Alguém lhe dá uma casa, água, comida e carinhos. Acabam sendo cuidados em vão (a casa é uma prisão). O passarinho morre. O corpo, é enterrado no jardim. A alma, essa então voa: para o céu dos passarinhos. 🙂


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